Revista Mundaú - Chamadas abertas
Mundaú é uma revista eletrônica editada pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas.
https://www.seer.ufal.br/index.php/revistamundau
Recebemos artigos, resenhas e entrevistas para publicação nos próximos números da Mundaú. Previsão de publicação dez/2023 e 2024.
Os artigos submetidos ao fluxo contínuo serão avaliados por pareceristas e, em caso de aceitação, a inclusão no número da revista é condicionada ao encerramento do trabalho editorial.
Serão aceitas resenhas de obras tais como livros, documentários, filmes etnográficos, ensaios fotográficos e outras produções/exposições artísticas.
As obras resenhadas devem ter relação com o escopo da revista e, de preferência, terem sido publicadas nos últimos cinco anos.
As entrevistas devem respeitar o limite máximo de 5000 palavras. Deve-se apresentar um texto inicial sobre os dados biográficos da(o) entrevistada(o) e sobre o contexto de realização da entrevista.
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n.16 - As Novas Veias Abertas da América Latina: projetos políticos antagônicos, alternâncias nos governos latino-americanos e impactos nas instituições
Organizadoras: Monique Florencio de Aguiar (UFAL – Brasil), Fernanda Maidana (CONICT/UNCAUS – Argentina) e Aline Moreira Magalhães (Museu de Astronomia/MCTI – Brasil)
O atual revezamento de distintos projetos políticos nos governos dos países que formam a América Latina nos coloca diante do confronto “direita versus esquerda” ou “conservadores versus progressistas”, que tem marcado o século XXI. Em geral, contemplamos um recuo da “democracia” e um avanço do “neoliberalismo” e do “neoconservadorismo”, conjuntamente a planos de golpes de Estado. Neste cenário, a instabilidade dos regimes políticos caminha junto com a influência de movimentos internacionais que colocam em causa a nossa aceitação da colonialidade. Por isso, aciono o termo “veias abertas”, eternizado por Eduardo Galeano, entendendo que as riquezas da América Latina continuam sujeitas ao controle de interesses estrangeiros mediante acordos políticos em benefício de poucos cidadãos. Mas o que há de novo nesta dinâmica? Como este processo tem sido realizado e quais os seus efeitos, em especial em nossas instituições?
Em alguns países latino-americanos, as reorientações políticas fizeram sublinhar os termos “destruição” e “reconstrução”. As formas de destruir o modelo anterior e reconstruir outro trouxeram uma disputa ou renegociação de sentidos atrelados a categorias, como “família” e “democracia”, bem como trouxeram a reorganização de práticas e de concepções predominantes nas instituições públicas. Desse modo, adoto a definição de instituição sugerida por Mary Douglas (2007:56): “instituição será usada no sentido de um agrupamento social legitimado” no qual são “compartilhadas categorias de pensamento” que harmonizam as preferências sociais.
Em resumo, observamos perenes tendências de exploração econômica e de dominação política, ao mesmo tempo em que são introduzidas novas táticas de conquista, como o uso do negacionismo, das fakenews, da militarização, das redes sociais, do ataque às minorias, entre outras. Neste bojo, as disputas por poder conformaram as denominadas guerras híbridas, jurídicas e culturais.
Assim, buscando refletir sobre o nosso processo histórico, almejamos receber para este dossiê artigos que abordem em minúcias os impactos da disputa de projetos políticos antagônicos no Estado e nas suas ações e que examinem os chamados processos de destruição ou de reorientação política em seus componentes, funcionamento e operacionalização nos locais ou nas instituições. Consequentemente, aceitaremos etnografias e análises antropológicas que explorem a situação de desgaste, desmonte ou reorientação de Conselhos, Ministérios, instituições, dinâmicas burocráticas, políticas e programas públicos; bem como abordem as articulações políticas em múltiplas esferas (organizações, partidos, parlamentos, movimentos etc.) direcionadas à realização de ataques ou à concessão de benfeitorias a frações da população.
Analisando os diferentes cenários, poderemos dimensionar o que há de novo ou de diferente nas perspectivas, valores ou formatos empregados, que terminam por impor a construção de outros olhares e abordagens no âmbito da antropologia. Portanto, este dossiê poderá contribuir para repensar a antropologia do Estado e da política, ou algumas de suas temáticas transversais, acionando diferentes contextos relacionados aos projetos políticos em disputa.
Submissões até 30 de junho de 2024
n.16 -Las Nuevas Venas Abiertas de América Latina: proyectos políticos antagónicos, alternancias en los gobiernos latinoamericanos e impactos en las instituciones
Organizadoras: Monique Florencio de Aguiar (UFAL – Brasil), Fernanda Maidana (CONICT/UNCAUS – Argentina) e Aline Moreira Magalhães (Museu de Astronomia/MCTI – Brasil)
La actual alternancia de distintos proyectos políticos en los gobiernos de países de América Latina nos coloca ante la confrontación “derecha versus izquierda” o “conservadores versus progresistas”, que distingue estas primeras décadas del siglo XXI. En general, contemplamos un retroceso de la “democracia” y un avance del “neoliberalismo” y del “neoconservadurismo”, conjuntamente con planes de golpes de Estado. En este escenario, la inestabilidad de los regímenes políticos camina junto con la influencia de movimientos internacionales que ponen en juego nuestra aceptación de la colonialidad. La elocuencia de la expresión “venas abiertas”, eternizada por Eduardo Galeano, nos recuerda que las riquezas de América Latina continúan sujetas al control de intereses extranjeros mediante acuerdos políticos que benefician a pocos ciudadanos. Ahora bien, ¿qué hay de nuevo en esta dinámica? ¿Cómo se lleva adelante este proceso y cuáles son sus efectos en nuestras instituciones, en especial?
En algunos países latinoamericanos, las reorientaciones políticas nos hicieron subrayar los términos de “destrucción” y “reconstrucción”. Las formas de destruir el modelo anterior y reconstruir otro trajeron una disputa o renegociación de sentidos vinculados a categorías, como las de “familia” y “democracia”, y la reorganización de prácticas y de concepciones predominantes en las instituciones públicas. Es por esto que resulta apropiada la definición de institución sugerida por Mary Douglas (2007:56) 1 , en el sentido de “agrupamiento social legitimado” en el que son compartidas categorías de pensamiento que armonizan las preferencias sociales.
En resumen, observamos tendencias perennes de explotación económica y de dominación política al mismo tiempo en que se introducen nuevas tácticas de conquista -como el uso del negacionismo, de las fakenews, la militarización y las redes sociales, y del ataque a las minorías, entre otras-, que traen consigo disputas por el poder bajo la forma de guerras híbridas, jurídicas e culturales, según como se las denomina.
De este modo, en función de reflexionar sobre nuestro proceso histórico, buscamos para este dossier recibir artículos que aborden en detalle los impactos de la disputa de proyectos políticos antagónicos en el Estado y en sus acciones, y que examinen los llamados procesos de destrucción o de reorientación política en sus componentes, funcionamiento y operacionalización en los lugares o en las instituciones. Consecuentemente, aceptaremos etnografías y análisis antropológicos que exploren la situación de desgaste, desmonte o reorientación de Consejos, Ministerios, instituciones, dinámicas burocráticas, políticas y programas públicos; o bien que aborden las articulaciones políticas en múltiples esferas (organizaciones, partidos, parlamentos, movimientos etc.) direccionadas a la realización de ofensivas o a la concesión de mejoras a fracciones de la población.
A partir del análisis de los diferentes escenarios, podremos dimensionar lo que hay de nuevo o de diferente en las perspectivas, valores o formatos empleados, que terminan por imponer la construcción de otras miradas y abordajes en el ámbito de la antropología. Por lo tanto, este dossier podrá contribuir para repensar la antropología del Estado y de la política -o algunas de sus temáticas transversales- desde los diferentes contextos relacionados a los proyectos políticos en disputa.
1 Douglas, Mary. Como as Instituições Pensam. São Paulo: Edusp, 2007.
Envíos hasta el 30 de junio de 2024
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n.1 - Direitos diferenciados, conflitos e produção de conhecimentos
n.2 - Desafios e Dilemas da Ética em Pesquisa nas Ciências Humanas
n.3 - Antropologia e Imagem: Produções, acervos e coleções etnográficas
n.4 - Etnologia Indígena: Interfaces e diálogos do conhecimento
n.5 - Cidades Comparadas: estudos em contextos urbanos contemporâneos
n.6 - Interfaces contemporâneas entre saúde e família
n.7 - Religião, saúde e corporalidades
n.8 - Processos identitários, territórios e tradições de conhecimento.
n.9 - Dossiê: Encontro de Saberes - transversalidades e experiências.
n.10 - Antropologia da Juventude
n. especial (2021) - Encontro de Saberes: Transversalidade e Experiências - v. 2
no.11 - Antropologia do gesto / La antropología del gesto
no.12 - Título: (Re)inventariando políticas e poéticas museais: perspectivas globais, experiências locais.
n.13 - Retratos Defiças: Deficiência, Artes e Comunicação
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